Jamais Esqueceremos

O “homem-foguete” e o “velho lunático” usam os meios de comunicação ao seu dispor para criar apelidos ridículos um para o outro e como consequência arrastar o mundo para uma possível Terceira Guerra Mundial regada a armas nucleares. Eles, que fingem ser tão diferentes, acabam agindo de formas tão similares.

Enquanto isso, o Canadá relembra o final da Primeira Guerra Mundial. Isso mesmo. Aquela guerra mundial antes da de Hitler.

Num mundo rondado por conflitos diversos e pela violência e intolerância contra os que pensam diferente, com grupos bárbaros que utilizam toques de crueldade nunca vistos desde a Antiguidade e com várias nações em guerra civil, o país volta em todo 11 de novembro ao ano de 1918. Naquele ano, acabava o primeiro grande conflito mundial com a Alemanha se rendendo, o Império Otomano começando a dar os seus suspiros finais e a paz voltando a reinar no mundo ocidental.

Foto: Reprodução/Internet

O 11 de novembro passou então a ser chamado de Remembrance Day. O dia de relembrar que a paz é possível de ser alcançada. Mas também de lembrar o sacrifício de todos os que participaram da guerra e o alto preço que pagaram para atingir tal objetivo. A frase mais usada no 11 de novembro é “Lest We Forget” (em inglês) ou “Je Me Souviens” (versão de Quebec). A tradução livre das duas seria algo como “Jamais esqueceremos” (inglês) ou “Eu me lembro” (francês).

A tradição do Remembrance Day começou com o Rei George V em 1919 e se espalhou por vários países, mesmo os que não faziam parte da Comunidade Britânica. O objetivo era relembrar o fim dos combates da Primeira Guerra, o que aconteceu “na décima-primeira hora do décimo-primeiro dia do décimo-primeiro mês” do ano anterior. Assim, às 11:00 da manhã do dia 11/11, todos param para fazer um minuto de silêncio em homenagem às vidas perdidas na guerra.

O 11 de novembro é feriado em várias províncias, mas infelizmente não em Ontario. Ainda assim, funcionários públicos ganham o dia de folga (é… aqui também tem disso…). Mesmo para os que vão trabalhar, a tradição de fazer um minuto de silêncio em homenagem aos veteranos de guerra continua.

Foto: Reprodução/Internet

O símbolo máximo do Remembrance Day é a flor do poppy (papoula??). Conta a história que o Tenente-Coronel canadense John McCrae se inspirou nas flores que cresciam nos campos de batalha para escrever o poema “Os campos de Flandres”.

Cerimônias honrando os veteranos de guerra acontecem por todas as partes do país, especialmente na capital, Ottawa, onde os mais altos membros do governo se reúnem para prestar homenagem aos que lutaram não só na Primeira Guerra Mundial, mas também nos conflitos mais recentes.

Broches na forma do poppy são usados durante todo o mês de novembro nas lapelas dos casacos e coroas de flores são colocadas nos memoriais de guerra e nos túmulos dos soldados.

Nesse ano de 2017, as comemorações do Remembrance Day têm focado no centenário da Batalha de Passchendaele. A batalha, que se arrastou de julho a novembro de 1917, é um exemplo perfeito do desperdício de vidas que a guerra traz: aproximadamente meio milhão de mortos entre aliados e alemães, incluindo 15.654 soldados canadenses.

Há um século o Canadá para no dia 11 de Novembro para relembrar como é difícil reconquistar a paz. E o preço que pagamos por ela. Perdas humanas, famílias separadas, membros dilacerados, traumas insuperáveis, economias arruinadas.

Enquanto isso, o topete da casa branca e o gordinho lançador de foguetes (por sinal, os dois líderes com os piores penteados da face da terra!) continuam com sua guerrinha de insultos, que pode se transformar num catastrófico conflito mundial. Uma lástima.